Oii queridas, como vocês estão?
Hoje quero falar com vocês sobre um tema que está super em alta: ansiedade. Vocês sabiam que, segundo a organização mundial de saúde, o nosso Brasil varonil ocupa o topo do ranking mundial em pessoas que sofrem com ansiedade?! Pois é! É um assunto muito importante, e por isso quero trazê-lo aqui para vocês.
Bem, primeiro de tudo, preciso falar que sentir ansiedade PODE SER normal. Como assim, Jú? É que assim, gente, assim como a alegria, a tristeza, raiva, ansiedade é um sentimento/emoção, e uma dose dela é natural e todo mundo tem. O que precisamos considerar é quando ela está atrapalhando de forma significativa no nosso dia a dia, por exemplo, causando problemas de sono, inquietação, palpitações, tremores (sabe aquele tremorzinho na pálpebra? Pode ser ansiedade), excesso de pensamentos, nó na garganta; e apresentar esses sintomas com frequência.
Eu costumo dizer que todo excesso esconde uma falta. Então, muita ansiedade, muito medo, muita tristeza, muita raiva, tudo isso, quando em demasia, além de nos fazer mal, acontece por haver algo que está nos faltando. Vou dar um exemplo:
“Marian sofre com seus pensamentos. Ela vive tentando prever o que vai acontecer, para então, poder ter o controle da situação. Cuida para que os filhos não adoeçam, e acaba por ser aquela mãe superprotetora: menina, desce daí! Menino, põe o sapato! Minha filha, não é assim, deixa que a mãe faz! Meu filho, não dá aqui o pé porque a mãe amarra os cadarços melhor! Ela também vivia de olho na casa, para ter a certeza de que tudo estava no seu devido lugar, trancado (para que ninguém entrasse), fazia mil e uma economias para casos de emergência, lavava muitas vezes as mãos, para não se contaminar, buscava cuidar minuciosamente da alimentação dela e da família, entre outras coisas. Maria vivia em estado de alerta. Nada podia sair fora do planejado, pois senão, uma catástrofe aconteceria. Maria tinha insônia, tremores, palpitações e falta de ar, e as vezes,, gaguejava. Tinha fortes dores nas costas, pois vivia tensa, enxaqueca, pois quando dormia, contraria demais a mordida e por vezes, acabava chorando de desespero.”
Meninas, é claro que quando falamos da saúde emocional, ninguém sente igual a ninguém. Existem sintomas que são mais comuns, mas não quer dizer que todo mundo tem que ter ou não ter. Mas o que quero pontuar é: vocês percebem como os sintomas ansiedade é somente a ponta do iceberg, é o que aparece? Por detrás dela, na Maria, há um medo imenso de perder seus familiares, medo de catástrofes, de ficar na miséria e, em decorrência disso, uma necessidade de controle muito grande! É como se houvesse uma parte da Maria que é como uma criança perdida em uma praia lotada, e que precisasse de orientação, de segurança, e também como se houvesse uma outra parte que, para proteger essa Mariazinha, criou um muro ao redor dela, para que nada a atingisse.
Resumindo: para trabalhar a ansiedade da Maria, precisamos antes de tudo, oferecer-lhe segurança, conforto, para que ela consiga ver que há vida por trás desse muro, que às vezes ele pode sim, ajudar, porém, com ele ali, ela não consegue ver a beleza do por do sol na praia, entendem?!
Para finalizar, quero te dar algumas dicas rápidas:
1) Converse com essa parte sua que tem medo, a sua criança, peça licença para ouvir a voz da sua parte madura, e com essa parte, analise friamente os fatos: o que estou pensando é real? Qual a chance de acontecer? Qual a pior coisa que poderia acontecer, se isso acontecesse?
2) Experimente fechar os olhos, puxe o ar com o nariz, segure por alguns segundos e solte bem devagar pela boca. Repita esse exercício algumas vezes.
3) Tenha sempre “pessoas apego seguro”, que são aquelas pessoas com quem você pode conversar sobre tudo, sabe?! Pergunte para essa pessoa se o que você está pensando faz sentido, compartilhe seus sentimentos com ela. É importante também que seja uma pessoa que possa te oferecer uma mão e um colo quando você precisa, e não aquela que vai menosprezar seus sentimentos, tá?!
4) Busque materiais educativos de fonte confiável (aqui, eu quero dizer, escritos por profissionais da área da saúde, que tem base científica) e procure saber mais sobre o que você tem. Conhecimento é poder, gente, e é fundamental entendermos sobre a nossa ansiedade para lidar melhor com ela.
5) Por último, mas não menos importante: Busque ajuda! Procure um psi, uma psi para chamar de seu, pegar em sua mão e te oferecer o apoio e segurança para que você consiga derrubar esse muro construído em volta de você, e ver o por do sol na praia!
Com carinho,
Jú